Cada vez mais eu fui perdendo as pessoas, vi outros perderem alguém que considerava. A pessoa se ia, e ficava um buraco; todos se perguntavam o que tinha acontecido. Eu vejo certos olhares no metrô, na rua, na cidade. E essa cidade todo dia nasce, batem os raios de sol no meu rosto e a única coisa que vejo é o pingo de chuva na janela que nunca sai. Eu me canso de escrever sobre as mesmas coisas, se você quer saber. Mas eu me canso mais ainda de sentir as mesmas coisas. Nada nunca está finalizado. Chega a noite e tudo some. Por que as pessoas têm que fingir que tudo é pra sempre? Por isso eu digo: ’‘não fica pra sempre não, permanece só enquanto o seu coração pedir”. E eu que pensei que esse mês fosse diferente.Setembro chegou e o vazio… o vazio continua aqui. Abrigando qualquer ser cinza esculpido debaixo desse céu azul abstrato. Eu estou cansada das mesmas desculpas de quem é alguma coisa e não sabe o que fazer com isso. E isso nunca dá a certeza de estar percorrendo o caminho certo, uma vez ou outra me pergunto se eu estou indo na direção certa, ou se olho a minha vida através do reflexo, vendo tudo ao contrário pelo vidro borrado de chuva. Que seja! Esse cansaço me domina mais do que nunca. Estou a fim de me sentir bem. Não precisa ser felicidade de imediato, porque isso leva tempo. É só que eu quero muito recobrar minha paz…
Viviane Araújo
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